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Arquitetos: Yong Ju Lee Architecture
- Área: 20 m²
- Ano: 2023
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Fabricantes: ABB
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto é uma experiência arquitetônica que utiliza tecnologia de design algorítmico e fabricação robótica, interpretando o Sagae-machum, um sistema tradicional coreano de encaixe em cruz dupla aplicado à uma estrutura de madeira que conecta um pilar e vigas (Machum significa uma junta/articulação em coreano). Embora tenha havido algum reconhecimento e reflexão em relação à inclusão de formas tradicionais no desenho moderno, a tendência dominante na arquitetura coreana tem sido orientada para o ocidente. No entanto, o advento da tecnologia robótica avançada oferece uma nova perspectiva e abordagem nesse campo, melhorando a produtividade e a precisão. Esse experimento sugere uma metodologia de construção moderna explorando o Sagae-machum, um elemento simbólico nos aspectos estruturais e estéticos da antiga arte de tradição asiática.
A madeira foi o material de construção primário usado no Hanok, referido como uma casa tradicional coreana, com o sistema de encaixe servindo como uma técnica crucial para sua construção. Sagae-machum é uma junção volumétrica única que interliga um pilar e as vigas sem nenhum fixador de metal. O objetivo desse projeto é duplo. Por um lado, superar as limitações de eficiência e versatilidade dos sistemas de encaixe tradicionais coreanos com tecnologia de ponta. Isso catalisa a pesquisa na academia e na indústria arquitetônica ao fazer referência ao passado desde um ponto de vista contemporâneo. Por outro lado, o uso da Madeira Laminada Colada (GLT), que seria uma alternativa sustentável ao aço como elemento estrutural, abre caminho para a construção sustentável através da utilização da madeira no método tradicional mas em uma perspectiva ecologicamente correta.
Para explorar o Sagae-machum em sua adaptação contemporânea, um sistema de coordenadas de madeira é aplicado e manipulado em regras computacionais. O pilar inferior e o pilar superior (Gi-Dung) no eixo Z, a viga receptora (Badeul-Jang) no eixo Y e a viga de cobertura (Upeul-Jang) no eixo X se interligam formando um conjunto de módulos de Sagae-machum. Maximizando a área de contato entre os membros, a inclinação no eixo Z em 15 graus experimenta a estabilidade estrutural. Enquanto a origem virtual de interseção dos 3 eixos perpendiculares é um ponto, a origem real se torna dois para manipular elementos volumétricos com uma lógica de intertravamento.
Os degraus em três níveis (Teuk) nas coordenadas originais se ramificam em doze degraus dentro do Sagae-machum inclinado. Esses degraus são projetados para manter a relação booleana volumétrica, bem como limitar a geometria perpendicular em direção à madeira. Esses quebra-cabeças 3D de vários níveis também fornecem uma montagem mais firme entre os elementos, o que ajuda a suportar cargas em qualquer direção, funcionando como estrutura interna. Um braço robótico industrial de 6 eixos (ABB IRB-4600) foi usado para esculpir os membros booleanos em várias alturas.
O pavilhão consiste em 239 Sagae-machums montados por 241 elementos verticais e 233 elementos horizontais de madeira com dimensão variando de 500mm a 1700mm. Esses elementos se encaixam entre si à medida que crescem do chão a uma altura de 3,7m (sete módulos) e criam um espaço de encontro de 5m x 4,2m. A tradicional moldura de janela coreana com papel translúcido serve como um meio para permitir a entrada de luz natural no espaço, possibilitando que os visitantes interajam com o ambiente. Este projeto tem como objetivo expandir as possibilidades da arquitetura tradicional aproveitando a fabricação robótica avançada, permitindo a criação de uma estrutura mais versátil e contextual.